Shirakami-Sanchi
As últimas florestas virgens de faias de Siebold do Japão são encontradas nas Montanhas Shirakami
Com uma beleza natural diversificada e uma história cultural antiga e singular que produziu uma rica variedade de construções e outros patrimônios culturais que existem até hoje, o Japão tinha 16 áreas listadas como Patrimônio Mundial segundo dados de 2011.
Oficialmente chamada Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural Mundial, a Convenção do Patrimônio Mundial foi adotada em 16 de novembro de 1972 pela 17ª Conferência Geral da UNESCO. Sendo um passo importante para unir conceitos de conservação natural e preservação de propriedades culturais, o objetivo da convenção é proteger e preservar lugares e propriedades que são parte insubstituível da herança cultural de toda a humanidade. Isso inclui notáveis sítios históricos e arqueológicos, monumentos e grupos de edificações, assim como partes da natureza, sítios naturais e formações geográficas e fisiográficas. A convenção também define as obrigações de seus países signatários, e especifica como o Fundo do Patrimônio Mundial deve ser usado para apoiar tarefas como assistência em treinamento, cooperação técnica e auxílio emergencial.
O Japão ratificou a convenção em 30 de junho de 1992 e foi o 126º país a fazer isso. Em julho de 2012, 189 países tinham ratificado a convenção, e um total de 962 propriedades foram inscritas na lista do Patrimônio Mundial. A 40ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial foi realizada em Kyoto em novembro de 2012.
Localizados na Província de Nara, o templo de Horyu-ji foi fundado no início do século VII por ordem do Príncipe Shotoku (574-622), que desempenhou um papel chave na introdução do Budismo no Japão. Embora o conjunto do templo tenha sido destruído por um incêndio em 670, logo ele foi reconstruído em uma escala maior dentro do complexo posteriormente conhecido como Precinto Ocidental. A pagoda remanescente, o salão principal (kondo), o portão interno (chumon) e parte dos corredores próximos são as construções de madeira mais antigas do mundo, datando do fim do século VII ao início do século VIII. A designação do Patrimônio Mundial engloba 48 construções.
O Reino de Ryukyu governou o arquipélago de Ryukyu, incluindo Okinawa e muitas outras ilhas, durante 400 anos a partir do século XV. A palavra gusuku significa “castelo” ou “lugar alto cercado” no dialeto Ryukyu. As nove propriedades incluem ruínas do castelo e lugares sagrados que são importantes artefatos da cultura singular que se desenvolveu nessas ilhas. O Castelo de Shuri, localizado na cidade de Naha, serviu de castelo principal para o Reino de Ryukyu.
Localizado na cidade de Himeji, na província de Hyogo, o Himeji-jo também é conhecido como Castelo de Shirasagi (Garça Branca) devido a sua elegância alta e de cor branca. Embora o castelo tenha sido construído pela primeira vez na metade do século XIV, a maioria das 83 estruturas existentes foram construídas entre 1601 e 1609. O mais elegante exemplo sobrevivente da arquitetura de castelos japoneses, o Himeji-jo era um forte militar bonito e intimidador. Uma vez dentro de seus muros externos, invasores também precisavam enfrentar um labirinto facilmente defendido através de passagens especiais antes que pudessem sequer se aproximar das quatro torres interligadas. O complexo principal está localizado em uma colina a 45 metros de altura e, juntamente com o complexo adjacente oeste, está cercado por três anéis de complexos exteriores. A torre principal aparenta ter cinco andares de altura de seu exterior, mas na verdade existem sete andares do lado de dentro.
Localizado no centro da região de Tohoku, Hiraizumi serve de lar para templos, jardins e outros resquícios históricos do clã Oshu Fujiwara, que governou a região de Tohoku por mais de 100 anos, começando no fim do século 11. O local especificado também inclui uma montanha sagrada. Construídos com técnicas japonesas únicas, estes templos e jardins representam os ideais do Budismo da Terra Pura, um escola de pensamento budista que floresceu no Japão naquela era, expressando um mundo pacífico, sem conflitos. São especialmente conhecidos, o Templo Chuson-ji, que contém estátuas douradas de Buda, e o Templo Motsu-ji, cuja lagoa representa a Terra Pura. Juntos eles servem como uma lembrança da glória de dias passados.
Memorial da Paz de Hiroshima
O ponto central da queda da bomba atômica atirada em Hiroshima em 6 de agosto de 1945 ficava a 160 metros ao sudeste do Centro de Promoção Industrial da Prefeitura de Hiroshima; atualmente, o edifício é conhecido como Domo de Genbaku ou Domo da Bomba Atômica.
(Foto: Cortesia de AFLO)
Também conhecido como Domo de Genbaku e Domo da Bomba Atômica, o Memorial da Paz de Hiroshima foi conservado nas mesmas condições de quando foi detonada a bomba atômica atirada em Hiroshima em 6 de agosto de 1945. O edifício foi originalmente construído em 1915 para ser o Centro de Promoção Industrial de Hiroshima. De acordo com a avaliação do Conselho do Patrimônio Mundial, é “um símbolo poderoso e extremo da conquista da paz mundial por mais de meio século depois do lançamento da força mais destrutiva já criada pela humanidade.”
A antiga capital do Japão, Kyoto, foi sede da corte imperial de 794 a 1868. Como centro da cultura japonesa por mais de um milênio, Quioto abriga uma riqueza incrível de tradição arquitetônica, incluindo templos budistas, santuários xintoístas e vilas imperiais. Embora muitos outros tenham sido incluídos, a designação do Patrimônio Mundial menciona especificamente 17 propriedades incluindo as seguintes: O Templo de Kiyomizudera é famoso por sua varanda ampla, com uma vista da cidade ao lado leste. Os templos de Kinkakuji (Templo do Pavilhão Dourado) e de Ginkakuji (Templo do Pavilhão de Prata) serviram como vilas para os shoguns Ashikaga no século XVI. O Templo zen de Ryoanji abriga o jardim de pedras mais famoso do estilo zen no Japão. O elegante Castelo de Nijo servia de residência aos shoguns Tokugawa durante suas visitas a Kyoto. Localizado ao sul de Kyoto, na cidade de Uji, o templo Byodoin abriga um dos exemplos mais elegantes da arquitetura do período Heian (794-1185), o Hoodo (Pavilhão da Fênix).
De 710 a 784, Nara serviu como capital do Japão. Absorvendo influências religiosas e culturais (literatura, arte, arquitetura, etc.) da Dinastia Tang da China, a cidade se tornou um próspero centro de cultura japonesa. Nara, por muito tempo, foi o centro mais importante do budismo no Japão e seu legado está bem representado nas propriedades do Patrimônio Mundial. A mais impressionante é o Pavilhão do Grande Buda no templo de Todaiji. Uma das maiores estruturas de madeira do mundo, ele abriga uma estátua de bronze de 15 metros conhecida como o Grande Buda de Nara. Exemplos importantes da arquitetura budista também podem ser encontrados nos templos de Kofukuji, Yakushiji e Toshodaiji. O santuário de Kasuga chama atenção por seu estilo único da arquitetura de santuários xintoístas (kasuga-zukuri).
Grande Buda de Nara
Esta estátua de bronze de 15 metros de Buda Birushana foi gravemente destruída e restaurada diversas vezes desde sua construção em 752 d.C.
As três vilas montanhosas de Ogimachi, Ainokura e Suganuma da região de Shirakawa-go/Gokayama contém muitas casas de campo construídas segundo o estilo gassho-zukuri. Os telhados íngremes cobertos de palha dessas casas precisavam resistir a neves fortes que isolavam as vilas mais remotas durante o inverno. As casas eram desenhadas para que os andares mais altos pudessem ser usados para o cultivo de bichos-da-seda.
Shirakawa-go
Muitas casas de campo gasho-zukuri de telhado de palha podem ser vistas na região de Shirakawa-go
(Foto: Cortesia de Getty Images)
De acordo com a tradição, o Santuário Itsukushima foi estabelecido em 593. Ele está localizado em uma ilha da Baía de Hiroshima que era considerada sagrada desde tempos antigos. O santuário é famoso por seu grande portão torii, que se ergue a 160 metros para dentro da baía, e por suas belas construções de santuários revestidos de escarlate, que parecem flutuar sobre a água na maré alta.
Santuário Itsukushima
Dedicado às três divindades protetoras do transporte marítimo e construído, em grande parte, sobre a água da Baía de Hiroshima, esse santuário em conjunto com a ilha onde está localizado são considerados um dos cenários mais bonitos do Japão
(Foto: Cortesia de Getty Images)
Localizada na cidade de Oda, na província de Shimane, a Mina de Prata de Ginzan Iwami funcionou por quase 400 anos, do início do século XVI até o século XX. Depois da introdução de técnicas avançadas de mineração nos séculos XVI e XVII, a mina produziu quantidades enormes de prata, contribuindo para o desenvolvimento econômico tanto do Japão quanto da Ásia, onde a prata era usada para o comércio internacional.
Yoshinoyama
As colinas de Yoshinoyama nas Montanhas de Kii são famosas por seus sítios históricos e flores de cerejeira
Os sítios sagrados de Yoshino e Omine, Kumano Sanzan, e Koyasan estão localizados nas Montanhas de Kii, uma região de floresta densa ao sul das antigas capitais de Nara e Kyoto. As montanhas de Yoshino e Omine contém muitos templos do Shugendo, uma seita ascética dos budistas das montanhas que incorpora elementos do xintoísmo. Kumano Sanzan é o nome coletivo dos três santuários xintoístas localizados na região de Kumano. Koyasan é um complexo monástico budista localizado em uma montanha de nome homônimo.
Konpon Daito em Koyasan
Esta pagoda revestida de escarlate é um dos símbolos do sagrado Monte Koyasan
Nikko é mais famosa como o local do Toshogu, o santuário xintoísta estabelecido no século XVII para abrigar o mausoléu de Tokugawa Ieyasu, fundador do shogunato de Tokugawa. As construções dos santuários, como o portão principal conhecido como Yomeimon, estão decoradas de maneira extravagante com belas figuras talhadas e pintadas. Também em Nikko, estão o Santuário Futarasan, o templo budista de Rinnoji e uma floresta de grandes árvores de criptoméria plantadas na época da construção de Toshogu.
Yomeimon
Portão principal do Santuário Toshogu, o Yomeiomon é o exemplo mais famoso do estilo arquitetônico ornamentado que é encontrado em Nikko. Construído em 1636, o Yomeimon contém muitos talhamentos coloridos de plantas, pássaros, animais, e seres míticos
(Foto: Cortesia de Getty Images)
Este grupo de mais de 30 ilhas se localiza no Oceano Pacífico, a aproximadamente 1.000 km sul-sudeste de Tóquio. Estas ilhas são desabitadas, com exceção de Chichijima e Hahajima, e hospedam uma rica variedade de flora e fauna, assim como belas paisagens. Como seu ecossistema nunca foi parte de uma massa de terra maior, há várias formas de vida que evoluíram de maneiras diversas e são únicas a essas ilhas - existem mais de 600 espécies endêmicas de vida animal e vegetal, como a Raposa-voadora-das-Ilhas-Bonin (Pteropus pselaphon). Há 57 espécies de plantas e animais ameaçadas de extinção para as quais essas ilhas formam um ecossistema de valor inestimável.
Localizado na parte norte da ilha principal do Japão, Honshu, as Montanhas de Shirakami são cobertas pelas últimas áreas de floresta virgem de faias de Siebold (ver foto). Ursos negros japoneses e gorais vivem nessas florestas juntamente com diversas espécies de pássaros.
Shiretoko
Muitos animais selvagens vivem no inviolado ambiente natural da Península de Shiretoko em Hokkaido
(Foto: Cortesia de AFLO)
A Península de Shiretoko está localizada no canto nordeste da ilha mais ao norte do Japão, Hokkaido. Coberta por uma densa floresta conífera e um alcance vulcânico massivo, ela é uma das regiões mais remotas e selvagens do Japão. Um exemplo excelente de interação dos ecossistemas marítimo e terrestre, Shiretoko é um habitat importante para diversas espécies ameaçadas de plantas e animais.
A designação do Patrimônio Mundial cobre mais de um quinto da ilha de Yakushima. A ilha recebe uma das precipitações mais fortes do Japão, e possui áreas costeiras subtropicais além das montanhas mais altas da região de Kyushu. As florestas contém muitas árvores de criptoméria japonesa de milhares de anos de idade. Estima-se que uma dessas árvores, conhecida como Sugi Jomon, tenha mais de 7 mil anos de idade.