Intercâmbio entre Universidades

2017/1/30

Universidade de Brasília (UnB)

A Universidade de Brasília (UnB) é uma universidade federal inaugurada em 1962 e que possui atualmente mais de 1.900 professores, oferecendo ensino em 103 cursos de graduação, 64 de mestrado e 45 de doutorado, entre outros.
A UnB realiza intercâmbio de alunos e professores em cooperação com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Kyoto, Universidade de Sophia, Universidade de Nagoya e Instituto de Tecnologia de Nagoya.
Há em particular um intercâmbio regular de alunos de graduação com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Kyoto e a Universidade de Sophia, com o envio e recebimento periódico de dois estudantes mutuamente entre as universidades.
Os estudantes japoneses que estudam na UnB se desenvolvem por meio de aprendizados diversos, a começar pela aquisição da Língua Portuguesa no curso de Português para Estrangeiros, estudo especializado na área de interesse de cada estudante e suporte de estudo oferecido pelos brasileiros matriculados no curso de Língua Japonesa da UnB. Após retornarem ao Japão, os intercambistas da UnB atuam em diversas áreas, continuando o aprendizado, trabalhando em empresas no Japão relacionadas ao Brasil ou se empregando em outros trabalhos ligados a relações internacionais.
A Casa do Estudante Nipo-brasileiro de Brasília presta suporte à vida desses estudantes japoneses. Esse dormitório estudantil está completando 20 anos de existência, vivendo nele, atualmente, cinco japoneses, seis nikkeis e 29 brasileiros não nikkeis. Conforme se depreende pelo nome, para os estudantes trata-se de uma “casa” e todo o dormitório constitui-se em uma grande família. Isso porque o casal Ueda, o qual vive com os estudantes e é chamado por eles de “papai e mamãe”, presta assistência à vida dos estudantes, repreendendo-os por vezes ou dando atenção a seus problemas.
Dois estudantes são acomodados em cada quarto e como os estudantes japoneses devem obrigatoriamente compartilhar o mesmo quarto com um brasileiro não nikkei, dessa maneira eles podem aprimorar sua capacidade no idioma português. Mesmo os estudantes que não se especializam em Língua Japonesa, acabam aprendendo japonês enquanto vivem no dormitório. Além do idioma, os estudantes colaboram mutuamente, aprendem a ter o sentimento de gratidão pelas pessoas e se tornam jovens independentes e vigorosos que contribuirão para o futuro dos dois países.
O dormitório é administrado por receitas próprias oriundas das taxas recebidas (o valor estabelecido é extremamente baixo) e da venda de alimentos por ocasião da Festa da Cultura, entre outras, recebendo também donativos de alimentos. Todo tipo de apoio é bem-vindo. Diretor do dormitório: Kuniyoshi Yasunaga. Tel.: 61-9979-1618.

Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)

Nesta edição apresentaremos o intercâmbio cultural mantido em conjunto pela PUC do Paraná (PUC-PR) e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com a Universidade de Ciências de Okayama.
A UFPR, primeira universidade brasileira, foi inaugurada em 1912. Em 1950 passou à jurisdição do governo federal. A UFPR oferece 47 cursos de graduação, 44 de mestrado e 25 de doutorado.
Criada em 1959, a PUC-PR se tornou em 1985 a sexta universidade brasileira a ser elevada à condição de “Pontifícia”. A PUC-PR oferece 53 cursos de graduação, 14 de mestrado e 8 de doutorado.
O projeto de intercâmbio cultural possui 20 anos de história e tem como objetivo ampliar as perspectivas dos participantes, oferecendo aos estudantes de graduação brasileiros a oportunidade de entrar em contato direto com a cultura e sociedade japonesas e, por meio do contato com as diferenças culturais entre o Brasil e o Japão, aprofundar os laços de amizade entre os dois países pela compreensão mútua.
Todos os anos a PUC-PR e a UFPR anunciam o programa em seus campi e selecionam estudantes que desejam visitar o Japão. Os estudantes de graduação que desejem participar desse programa de intercâmbio cultural devem ter concluído no mínimo o segundo ano letivo e ser fluentes em inglês ou japonês. Esse grupo de visita ao Japão é formado por no máximo 8 estudantes de ambas as universidades e um professor atuando como coordenador.
A estada no Japão é de quatro semanas, durante as quais os estudantes brasileiros podem experimentar viverem alguns dias no lar de estudantes japoneses. As atividades não se restringem à província de Okayama, incluindo no programa visita, entre outros, ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima. Os custos de acomodação, refeições e despesas gerais durante a estada no Japão são arcados pela Universidade de Ciências de Okayama e pelas famílias japonesas que recebem os estudantes.
Em contrapartida, a PUC-PR e a UFPR recebem estudantes japoneses vindos ao Brasil. Em agosto, dois estudantes e um professor visitarão o Estado do Paraná. Durante as quatro semanas de sua estada, além das atividades culturais em ambas as universidades, estão planejados passeios a pontos turísticos do Estado do Paraná, como Foz do Iguaçu. Um dos problemas deste programa é o número de estudantes japoneses desejosos de visitar o Brasil ser pequeno devido à barreira do idioma. A Universidade de Ciências de Okayama acredita que para a continuação e desenvolvimento deste programa de intercâmbio universitário que promove o intercâmbio entre Brasil e Japão é necessário que os participantes veteranos realizem apresentações e divulguem o programa.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi inaugurada em 1950 como Universidade do Distrito Federal (UDF), quando o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Em 1961, após a mudança da capital para Brasília, a universidade mudou o nome para Universidade Estadual da Guanabara e em 1975 adotou o nome atual. A UERJ possui 31 cursos de graduação, 46 cursos de pós-graduação e além de uma excelente equipe de professores. O seu campus está localizado próximo ao estádio de futebol “Maracanã”, o que torna a universidade muito popular entre os estudantes, além de contar com linhas de trem e metrô próximas ao local.
A UERJ também é conhecida por ter sido a primeira universidade pública do estado a estabelecer o sistema de cotas para a admissão de alunos afro-descendentes oriundos de escolas públicas.
O intercâmbio entre a UERJ e as universidades japonesas se iniciou oficialmente com a instituição em dezembro de 1999 do Programa de Intercâmbio Acadêmico Cultural Contemporâneo Brasil-Japão e a abertura do Departamento de Língua Japonesa, que resultou na assinatura, em abril de 2000, de cooperação de intercâmbio com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Tóquio. A cerimônia de assinatura desse convênio, realizada no Rio de Janeiro, contou com a presença de autoridades diplomáticas de ambos os países: do lado japonês participou a delegação diplomática japonesa no Brasil e, do lado brasileiro, o secretário do Departamento da Ásia e Oceania (DAO) do Ministério das Relações Exteriores. Posteriormente, o intercâmbio universitário com o Japão se ampliou para a antiga Universidade de Línguas Estrangeiras de Osaka (atual Universidade de Osaka), Universidade de Waseda, Universidade de Kobe, Universidade Kwansei Gakuin e Universidade de Tóquio (Faculdade de Engenharia apenas). No momento, o intercâmbio com as universidades japonesas conveniadas continua intenso entre alunos, intercâmbio de pesquisa, recebimento de professores visitantes, participação em simpósios acadêmicos, entre outros. Neste ano um estudante da Universidade de Línguas Estrangeiras de Tóquio está matriculado na Faculdade de Letras. A Faculdade de Direito também recebe a cada ano um estudante do Japão. Este ano a UERJ enviou ao Japão um estudante à Universidade de Osaka e outro à Universidade Waseda. Ademais, José Marcos Domingues de Oliveira, professor titular na Faculdade de Direito, deverá visitar o Japão durante os dois meses de setembro e outubro do corrente ano como professor visitante no curso de pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade de Osaka.
A cooperação entre a UERJ e as universidades japonesas se estende a todas as áreas acadêmicas, sendo realizados trabalhos de intercâmbio de estudantes, professores, resultados de pesquisas e culturais, independentemente da faculdade de origem. Todavia, existe uma tendência de os participantes do programa de intercâmbio mencionado acima serem mais numerosos entre os estudantes do Departamento de Língua Japonesa e os estudantes que aprendem japonês como matéria optativa. Além disso, os estudantes de intercâmbio do Japão visam em geral ao aprendizado do idioma português, matriculando-se na Faculdade de Letras e aprendendo história, sociologia, antropologia, pedagogia e comunicação, entre outros.

Universidade de São Paulo (USP)

A Universidade de São Paulo (USP) é uma universidade estadual inaugurada em 1934, que oferece atualmente 239 cursos de graduação, 209 de mestrado e 299 de doutorado. A USP possui campi em 6 cidades do estado: São Paulo, Bauru, Pirassununga, São Carlos, Lorena e Ribeirão Preto. De seu contingente de 88.261 estudantes, 56.998 estão matriculados em cursos de graduação, 13.127 no mestrado, 12.464 no doutorado e 5.672 em cursos de especialização. Cerca de 53% dos estudantes são homens.
Segundo pesquisa de classificação das universidades em todo o mundo realizada em 2009 pela Higher Education Evaluation and Accreditation Council of Taiwan (HEEACT) [Conselho de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior de Taiwan], a USP obteve a 78ª colocação. No Times Higher Education Ranking [Classificação de Ensino Superior do jornal inglês The Times] a USP está em 232º lugar. No Brasil a universidade é avaliada como a mais importante do país.
A USP mantém convênio de intercâmbio com 14 universidades japonesas (Universidades de Tóquio, Osaka, Nacional de Yokohama, Kyushu, Nagoya, Universidade de Línguas Estrangeiras de Kyoto, Tsukuba, Waseda, Universidade Tóquio de Ciências e Tecnologia Marinhas, Hokkaido, Gunma, Universidade Provincial de Aichi, Meiji e Soka), das quais três coordenadores de convênios são ex-estudantes bolsistas do Ministério da Educação e Cultura japonês, professores que desempenham o importante papel de ligação entre o Brasil e o Japão. A USP também realiza intercâmbio de estudantes e professores e recebe ativamente estudantes estrangeiros, com 690 matriculados atualmente, dos quais nove são japoneses.
O Centro de Estudos Japoneses (CEJAP) tem por finalidade prestar suporte ao Departamento de Língua Japonesa da Faculdade de Letras. O CEJAP foi inaugurado em 1968 e atualmente não apenas realiza pesquisas em língua e literatura japonesas, como também se estende às áreas de ciências sociais, história, filosofia, artes, política, economia, entre outras. O programa teve início em 1996 e é o único do país a oferecer pós-graduação em nível de mestrado em língua e literatura japonesas. O CEJAP oferece também cursos gerais de língua japonesa, arranjo floral e cerimônia do chá e sua biblioteca possui um acervo de cerca de 400 mil livros.
Em 2008, ano do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, por ocasião da visita do imperador do Japão à Faculdade de Direito da USP, Suely Vilela, então reitora, ressaltou em seu discurso que 14% dos estudantes e 8% dos professores da USP são nikkeis. Assim, pode-se afirmar que a USP é a mais importante universidade brasileira e mantém profunda ligação com o Japão.

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Em agosto de 1946, a Faculdade de Direito de Recife, cuja origem remonta à Faculdade de Direito de Olinda – fundada em 1827, uma das mais antigas faculdades do Brasil –, a Faculdade de Medicina de Recife (com a escola anexa de Odontologia e outras) e a Escola de Engenharia de Pernambuco se uniram, nascendo a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), dando início à história de uma das melhores universidades do país. Atualmente, em seus três campi, a UFPE oferece 90 cursos de graduação, 106 de pós-graduação (mestrado e doutorado), entre outros, com 1.900 professores na universidade e em instituições de pesquisas anexas. É uma universidade de grande escala: somente nos cursos de graduação há cerca de 28.000 estudantes matriculados.
Também pelo fato de serem poucos os japoneses e nikkeis na região, existe uma tendência a se considerar que a relação da UFPE com o Japão seja reduzida, mas no campus de Recife da UFPE há um Laboratório de Imunopatologia chamado Keizo Asami (LIKA), cujo nome homenageia um japonês muito conhecido na comunidade recifense. O nome do laboratório tem origem no finado cientista Keizo Asami que juntamente com o professor local Aggeu Magalhães Filho se empenhou na construção da instituição. Em 1962 já havia instalada uma área de imunologia, que serviu de base para o LIKA. Em 1976, por ocasião da visita à UFPE de uma equipe de cientistas enviada pelo governo japonês e liderada pelo doutor em medicina Taizo Ushiba, que posteriormente se tornaria professor emérito da Universidade Keio, houve consulta pela UFPE sobre apoio às áreas de doenças parasitárias e imunologia da universidade. Em 1979 o governo japonês convidou o professor Magalhães Filho, responsável pelo projeto dessas áreas, para visitar a Universidade Keio em Tóquio e por intermédio de seu encontro com Keizo Asami, então Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Keio, estabeleceu-se uma relação de cooperação entre as duas universidades, resultando na criação do LIKA, que realiza diversos estudos, não apenas de patologia, como também de parasitologia, imunologia, endoscopia, microbiologia, cultura celular e bioquímica, entre outras. Desde a inauguração do Laboratório, em 1986, foram realizados muitos trabalhos, em particular na área de pesquisas de doenças tropicais. Desde então, com o apoio do governo japonês e em cooperação com o governo do Estado de Pernambuco, ocorrem envios de especialistas da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) por meio do “Projeto de Saúde Pública no Nordeste do Brasil” e “Projeto Municípios Saudáveis no Nordeste do Brasil”, de grande contribuição para a sociedade brasileira. Dessa forma, continua até hoje o intercâmbio de pesquisadores entre o Japão e o Brasil, com foco na área de saúde e tratamento médico da UFPE. Todavia, em 2008, houve um acontecimento digno de nota nas relações com o Japão. Foi instalado repentinamente um curso de língua japonesa aberto à comunidade no Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE. Desde o início foi grande o número de interessados, chegando o curso a contar com 300 alunos matriculados (destes 130 completaram o curso). Mesmo hoje há muitos interessados, mas devido às limitações de salas de aula e insuficiência de professores de língua japonesa, muitos precisam permanecer em fila de espera. Armando Hideki Shinohara, professor de graduação, nikkei da segunda geração e ex-bolsista do governo japonês, se empenhou na criação dessa cátedra. Aproveitando ao máximo os contatos formados com professores das universidades de Tóquio e Tohoku nos tempos de estudante no Japão, o professor Shinohara liderou o intercâmbio de professores nas áreas de engenharia, com pesquisas conjuntas entre as universidades e realização de simpósios, entre outros. Além de fomentar esse relacionamento, ele se empenhou positivamente no intercâmbio entre os dois países convidando professores da Universidade Metropolitana de Tóquio para palestras sobre língua japonesa e para ministrar aulas do idioma. Dentre os estudantes matriculados nesse curso de japonês aberto à comunidade há logicamente os apreciadores da cultura pop japonesa, como animês e mangás, mas são também muitos os estudantes da Faculdade de Engenharia que aprendem o idioma seriamente por desejarem estudar no Japão sobre tecnologias de ponta nas áreas de engenharia, tendo como modelo o professor Shinohara. Neste ano, graças à dedicação do professor Shinohara, a cátedra de língua japonesa, apesar de aberta à comunidade, passou a ter os seus créditos validados para os cursos de graduação. Há uma grande expectativa para saber como o curso de língua japonesa da UFPE progredirá a partir de agora.

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) é uma instituição de ensino superior privada inaugurada em 1931 inicialmente como uma escola de ensino médio e reconhecida em 1948 como universidade. Atualmente tem aproximadamente 30 mil estudantes matriculados em suas 26 faculdades. No ano passado, a PUCRS foi considerada no Guia do Estudante daquele ano a universidade de maior excelência acadêmica entre as 700 universidades privadas brasileiras.
Em 1985, a PUCRS celebrou convênio de intercâmbio com a Universidade de Sophia e desde 2005 recebeu um total de 14 estudantes daquela universidade (não há envio de estudantes da PUCRS à Universidade de Sophia). No ano passado a Universidade de Sophia escolheu o três alunos do terceiro e quarto anos com rendimentos acadêmicos acima da média que, após entrevistas em português e japonês, foram enviados por um período de dez meses à PUCRS. Esses estudantes estão alojados em casas de família designadas pela PUCRS e na universidade, além de assistirem às aulas de português para estrangeiros, podem se matricular nas matérias eletivas que desejarem, cujos créditos obtidos serão reconhecidos pela Universidade de Sophia.
A PUCRS possui também um Instituto de Cultura Japonesa dirigido pelo professor Yukio Moriguchi, o fundador da medicina geriátrica na América do Sul e portanto, os intercambistas da Universidade de Sophia, por meio do intercâmbio com os estudantes brasileiros, mantêm uma vida estudantil produtiva e têm podido obter bom proveito do intercâmbio universitário.
No momento, dois estudantes da Universidade de Sophia estão matriculados na PUCRS e um deles, Kana Okamoto, foi tema de um dos cadernos da edição dominical de um jornal local em 7 de novembro, que a apresentou como uma das intercambistas estrangeiras vindas do Japão ao Estado do Rio Grande do Sul e que se adaptou à comunidade local. Kana retorna a seu país de origem em dezembro, mas explicou que após se formar na Universidade de Sophia (atualmente é estudante do quarto ano) pretende voltar a Porto Alegre, dessa vez para morar. “Adoro o Rio Grande do Sul, porque os gaúchos são muito receptivos. E sem falar no churrasco, no mate e nos amigos que fiz por aqui”, depõe Kana no artigo do jornal.

Universidade de Campinas (UNICAMP)

A Universidade de Campinas (UNICAMP) é uma universidade estadual inaugurada em 1966, oferecendo atualmente 58 cursos de graduação, 66 de mestrado e 60 de doutorado. Embora a UNICAMP possua três campi – em Campinas, Limeira e Piracicaba –, a maioria de seus institutos e faculdades se concentra no campus de Campinas, em uma área de três milhões de metros quadrados, onde outrora havia plantações de café e cana-de-açúcar. A UNICAMP também fundou as unidades de ensino técnico e ensino médio de COTUCA (Colégio Técnico da Unicamp) e COTIL (Colégio Técnico de Limeira), com mais de 4 mil alunos matriculados. Do total de estudantes da universidade, há 16.984 nos cursos de graduação, 4.797 no mestrado, 5.197 no doutorado, 4.286 estudantes em cursos de especialização, além de cerca de 2 mil professores.
No que diz respeito ao intercâmbio estudantil, em 2010 a UNICAMP mantinha convênios firmados com universidades de 37 países. No caso do Japão, possui convênio com quatro universidades: Kumamoto, Chiba, Gifu e Waseda. No Centro de Ensino de Línguas (CEL) da Faculdade de Letras é possível assistir as aulas do curso de português, havendo também cursos de inglês, francês, alemão, hebraico, italiano, russo e japonês. Dos cerca de 5.000 estudantes que frequentam anualmente os cursos de idiomas, 350 aprendem japonês.
O Centro de Diagnósticos do Aparelho Digestivo (Gastrocentro) da UNICAMP foi fundado em 1990 com a cooperação da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). O Gastrocentro realiza pesquisas em grupos de pessoas que apresentam enfermidades relacionadas ao aparelho digestivo nos países subdesenvolvidos de língua portuguesa da América Latina e África, com o objetivo de pesquisa clínica, diagnóstico e definição das formas de tratamento para enfermidades do aparelho digestivo de caráter hemorrágico, como varizes esofágicas entre outras, que no passado aumentaram com rapidez no Brasil, tornando-se um problema. Realiza também transferência de tecnologia relativa a diagnósticos de enfermidades do aparelho digestivo e técnicas de tratamento. Como resultado, foi comprovado muito sucesso na melhoria das técnicas de diagnósticos de medicina interna e cirurgias do aparelho digestivo e de enfermidades do fígado e a melhoria das técnicas de diagnóstico por raios-X, ultrassom e endoscopia. O Gastrocentro, que em 2009 realizou 65 mil procedimentos e em 2010 atendeu cerca de 70 mil pacientes, possui amplo reconhecimento internacional.
Recentemente, a UNICAMP realizou um workshop Brasil-Japão sobre diversos temas. No VII Workshop Internacional Brasil-Japão, em 2009, foram realizados seminários científicos tendo o meio ambiente e a energia como tema. Professores veteranos ex-bolsistas do Ministério da Educação do Japão desenvolvem em particular esse tipo de workshop e doravante contribuirão com mais afinco o fortalecimento das relações entre Brasil e Japão.

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Inaugurada em 1965, a Universidade Federal Fluminense (UFF) possui atualmente 94 cursos de graduação, 45 de mestrado e 31 de doutorado, com um total de 29.213 estudantes, 2.852 professores e 4.187 funcionários, sendo uma das principais universidades federais brasileiras. A UFF está localizada na cidade de Niterói, próxima à cidade do Rio de Janeiro, separada desta pela Baía de Guanabara. As diversas faculdades estão espalhadas por toda a cidade.
Ao ouvir a palavra “fluminense”, logo vem à mente, mesmo dos japoneses que conhecem bem o Brasil, o famoso e tradicional time de futebol Fluminense do Rio. A palavra “fluminense” se origina no latim e significa o Estado do Rio de Janeiro.
No vestibular de admissão às universidades estaduais do Rio de Janeiro, a UFF vem na preferência dos estudantes logo depois da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Muitos estudantes matriculados na UFF residem no Rio de Janeiro.
O intercâmbio entre a UFF e as universidades japonesas iniciou em 1973 com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Kyoto. Todos os anos um ou dois estudantes dessa universidade vêm ao Brasil para estudar na Faculdade de Letras da UFF. Porém, como os custos de envio de intercambistas são arcados pela universidade de origem, em contrapartida, praticamente não há estudantes sendo enviados ao Japão. A Universidade de Línguas Estrangeiras de Kyoto tem convidado eventualmente professores da UFF para palestras e aulas em programas de curta duração. O intercâmbio entre as duas universidades já dura 37 anos e não são poucos os formandos da Universidade de Línguas Estrangeiras de Kyoto, ex-intercambistas na UFF, que se tornaram professores, funcionários de empresas comerciais, etc. e que trabalham aproveitando seus conhecimentos em língua portuguesa. Dentre eles, Kiyokatsu Tadokoro, estudante na UFF no segundo ano do programa de intercâmbio e atualmente professor da Universidade de Línguas Estrangeiras de Kyoto, mesmo no Japão é um renomado pesquisador, tendo publicado inúmeros livros relacionados ao Brasil, incluindo a tradução para o japonês de obras literárias brasileiras representativas como Iracema e Cacau, além de guias introdutórios para o aprendizado do idioma português.
Além do intercâmbio interuniversitário, a UFF abriu cursos de curta duração de português para estrangeiros no qual recentemente intercambistas japoneses estão matriculados com os custos arcados por conta própria.

Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Nesta edição apresentaremos o intercâmbio cultural mantido entre a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e as universidades japonesas.
A cidade de Londrina está localizada a cerca de 400km a noroeste da cidade de Curitiba. Com uma população de cerca de 500 mil habitantes, Londrina é a segunda maior cidade do estado do Paraná. No norte do Paraná há uma grande comunidade nikkei de cerca de cem mil habitantes, sendo uma região onde se pode sentir fortemente a presença do Japão.
A UEL, maior universidade da cidade de Londrina, foi inaugurada em 1970 e oferece 43 cursos de graduação (cerca de 15 mil estudantes de graduação), 37 de mestrado e 16 de doutorado (cerca de 3 mil estudantes de pós-graduação). A UEL é a 13ª maior universidade brasileira e em particular seus cursos de medicina, moda e teatro estão em primeiro lugar em todo o país. A UEL mantém ativo intercâmbio estudantil com vários países, tendo atualmente 45 estudantes estrangeiros estudando na universidade. No que se refere ao relacionamento com o Japão, a cidade de Londrina estabeleceu em 1977 laços de cidade irmã com a cidade de Nishimiya, na província de Hyogo, e em 1998 com a cidade de Nago, na província de Okinawa. Desde então, a cidade de Londrina realiza um programa de intercâmbio estudantil com essas duas cidades. Por meio da cidade de Nishimiya, a UEL estabeleceu relacionamento com a Universidade de Kobe, Universidade Provincial de Hyogo, Universidade Konan e outras da província e, por intermédio da cidade de Nago, com a Universidade Meio. Atualmente, há dois estudantes da UEL matriculados na Universidade Provincial de Hyogo, mas não há na UEL estudantes provenientes da província de Hyogo. O motivo é não haver um departamento de língua portuguesa e serem poucos os estudantes interessados em estudar no Brasil. No momento há também dois estudantes da UEL matriculados na Universidade Meio. Em contrapartida, três estudantes da Universidade Meio estão atualmente estudando na UEL. Está em estudo a realização, a partir do próximo ano, de intercâmbio estudantil com a Universidade Kanda, na província de Chiba.
A UEL possui um Núcleo de Estudos da Cultura Japonesa, devotado à difusão do idioma japonês. Os estudantes japoneses de intercâmbio na UEL, além de apresentarem a cultura e sociedade japonesa, ensinam japonês, como voluntários, a brasileiros interessados em aprender o idioma. Os intercambistas japoneses entram em contato direto com as diferenças da cultura brasileira e aprofundam os laços de amizade entre o Brasil e o Japão pela compreensão mútua.