Uma nova página na história da cooperação nipo-brasileira em ciência e tecnologia foi aberta pela inédita expedição científica conjunta entre Japão e Brasil, com o uso do submarino de pesquisa SHINKAI 6500, da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar (JAMSTEC), o submersível tripulado com maior alcance de profundidade no mundo, capaz de mergulhar a 6500 metros de profundidade.
Essa expedição visa a busca de ecossistemas nunca antes vistos no Atlântico Sul, em locais onde sequer penetra a luz. Pesquisas nesses ambientes extremos poderão em muito contribuir para a compreensão da gênese da vida na Terra, bem como para a compreensão de como se formou o gás natural e o petróleo. Além disso, no fundo do mar, existem metais e terras raras. Espera-se que, no futuro, através dessas pesquisas -atualmente de caráter puramente científico-, seja possível vislumbrar a efetiva resolução de diversos problemas globais.
Na Elevação do Rio Grande, a expedição descobriu granito, com grande possibilidade de ter sido formado em áreas continentais. Essa é a primeira pesquisa científica nas profundezas do Atlântico Sul, e grandes descobertas são aguardadas também na área da biologia.
Ademais, na esta pesquisa, não somente a JAMSTEC, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Universidade de São Paulo (USP), mas pesquisadores de cerca de 20 universidades e empresas dos dois países participaram dela. Essa pesquisa irá resultar, daqui em diante, na formação e no intercâmbio de recursos humanos na área de oceanografia, juntamente com programas como o “Ciência Sem Fronteiras”, que a Presidenta Dilma Rouseff promove.
Shinkai 6500
O Japão é um país de exíguo território, formado de inúmeras ilhas cercadas pelo mar, mas é uma potência marinha que detém a sexta zona econômica exclusiva e que tem contribuído para o desenvolvimento da tecnologia oceânica, promovendo pesquisas oceânicas em escala global para a conservação do meio ambiente oceânico no mundo.
A Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar (JAMSTEC) tem exercido papel de relevância, não somente em pesquisas científicas, mas também como a força-motriz da inovação na indústria marinha japonesa. Além do submarino SHINKAI 6500, a JAMSTEC possui o navio-sonda CHIKYU, capaz de perfurar até 10 quilômetros desde a sperfície do mar, e tem promovido, junto com empresas privadas, o desenvolvimento tecnológico da construção naval e do setor industrial em geral no Japão.
Espera-se que, através da experiência da JAMSTEC, o Japão possa contribuir para o desenvolvimento das pesquisas oceanográficas no Brasil, em cooperação com entidades governamentais e empresas privadas.
O Japão acredita que, através da cooperação nipo-brasileira nos mares, se poderá contribuir para o bem do mundo, promovendo o intercâmbio com as gerações vindouras que irão conduzir o futuro da Humanidade.
Corais a 770m de profundidade na Elevação do Rio Grande
Um peixe a 4100m de profundidade